sexta-feira, 20 de julho de 2007

Só prão não deixar de citar...

Antônio Carlos Magalhães morreu. Toninho Malvadeza vestiu o paletó de madeira. Preciso dizer mais alguma coisa?

domingo, 8 de julho de 2007

Lição de vida

Não conheço Thiago de Mello. Sei que é um poeta renomado em um país em que a poesia não é tão reconhecida. Sei também que é uma figura importante no meio cultural e só. A princípio nada, na figura do poeta, despertaria a minha atenção, não fosse por uma entrevista concedida ao programa Sem Censura, da TVE, do Rio de Janeiro nesta semana.

Ao falar sobre os problemas que afligem o mundo, oriundos do aquecimento global, Thiago de Mello fez escorrer uma lágrima e soltou da boca uma voz embargada que, sinceramente, me comoveu. As palavras foram quase insignificantes diante da expressão mostrada naquele momento. Ele falava sobre a Floresta Amazônica e sobre os efeitos do aquecimento global sobre esta, falava como se tratasse em suas palavras de um filho que está padecendo em um leito de hospital e precisa de socorro.

A emoção contida nas palavras me fez abrir um largo sorriso, respeitoso e envergonhado. O primeiro sentimento em virtude da capacidade daquele senhor, de cabelos brancos e pele enrugada, de se indignar com tamanha veemência que deixou os outros convidados do programa estupefatos e paralisados. A vergonha surgiu do fato de ser um admirador do poder de revoltar-se e não aceitar as imposições do tão falado “sistema”, mas, ao mesmo tempo, não conseguir mostrar capacidade de indignação diante de coisas importantíssimas ao bem-estar do mundo.

Thiago de Mello, sendo ou não bom poeta, já me ensinou mais do que qualquer poesia sua poderia fazer. Mostrou-me a importância de se indignar diante das condições desfavoráveis que nos são oferecidas e aprender com elas o valor da liberdade de ação.

Por essas e por outras é que sempre dizem: “Ouçam os mais velhos, eles sempre têm algo a ensinar”.